quinta-feira, 28 de agosto de 2008

João Nogueira

Carioca, aprendeu a tocar violão com o pai, o advogado e músico João Batista Nogueira. Na adolescência começou a compor sambas para os blocos carnavalescos do bairro do Méier, onde morava, até que em 1968 sua composição "Espera, ó Nega" foi gravada por um grupo de sambistas. Sua estréia profissional foi em 1970, quando Elizeth Cardoso gravou sua música "Corrente de Aço", inserindo João Nogueira definitivamente no meio musical. Como compositor, teve músicas gravadas por diversos intérpretes como Elis Regina, Clara Nunes, Emílio Santiago, Beth Carvalho, Alcione e outros. Em 1971 ingressou na ala dos compositores da Portela (com o samba "Sonho de Bamba") e foi fundador da escola de samba Tradição. Lançou em 1974 o LP "E Lá Vou Eu", um de seus grandes sucessos, seguido por "Vem que Tem", "Espelho" e vários outros discos. Entre os sucessos desses lançamentos, "Mineira" (com P.C. Pinheiro), "Chorando pelos Dedos" (com Claudio Jorge) e "O Passado da Portela" (Monarco). Foi fundador, ao lado de outros sambistas, do Clube do Samba, para preservar e divulgar o samba carioca. O LP "Clube do Samba" foi lançado pela Polygram em 1980, incluindo "Súplica" (com P.C. Pinheiro) e "Enganadora" (Monarco/ A. Lopes). Outros sambas interpretados por João Nogueira que se tornaram populares são "Se Segura, Segurança" (com Edil Pacheco/ Dalmo Castelo), "É Disso que o Povo Gosta" (Carlinhos Vergueiro), "Cachaça de Rolha" (com P.C. Pinheiro).

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Nelson Sargento!

Ainda na infância foi morar no morro da Mangueira, onde logo conheceu Cartola e Nelson Cavaquinho, com quem aprendeu a tocar violão. O apelido "Sargento" veio de sua época no exército. Entrou para a ala dos compositores da Mangueira levado por Carlos Cachaça, e compôs sambas-enredo para a escola na década de 50, como por exemplo "Cântico à Natureza" (com Jamelão/ Alfredo Português), de 1955. Nos anos 60 freqüentava e bar Zicartola, onde conheceu outros sambistas e músicos da zona sul carioca. Participou, convidado por Hermínio Bello de Carvalho, do espetáculo "Rosa de Ouro" (1965), ao lado de Elton Medeiros, Clementina de Jesus, Araci Cortes e Paulinho da Viola, entre outros. Em seguida integrou o conjunto A Voz do Morro, e com ele gravou "Roda de Samba 2", um marco do gênero. Seu maior sucesso, "Agoniza Mas Não Morre", foi lançado em 1978 por Beth Carvalho e tornou-se um hino de resistência da cultura do samba carioca. Outros sambas seus de sucesso são "Idioma Esquisito", "Falso Amor Sincero", "Vai Dizer a Ela" (com Carlos Marreta), "Nas Asas da Canção" (com Dona Ivone Lara) Nos anos 90 gravou discos no Japão, incluindo composições inéditas de seu parceiro Cartola. Foi tema do documentário "Nelson Sargento", de Estêvão Pantoja, lançado e premiado no final da década de 90. Paralelamente à atividade de músico, Nelson Sargento é também escritor (já lançou dois livros), ator (trabalhou em "O Primeiro Dia", de Walter Salles e Daniela Thomas e "Orfeu do Carnaval" de Cacá Diegues) e pintor primitivista, atividade que desenvolveu graças ao conhecimento obtido na profissão de pintor de paredes, que exerceu por vários anos.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Cartola

Considerado o maior sambista da história por diversos músicos, Cartola nasceu no Rio e passou a infância no bairro de Laranjeiras. Dificuldades financeiras obrigaram a família numerosa a mudar-se para o morro da Mangueira, onde então começava a despontar uma pequena favela. Na Mangueira fez logo amizade com Carlos Cachaça e outros bambas, se iniciando no mundo da malandragem e do samba. Arranjou emprego de servente de obra, e passou a usar um chapéu para se proteger do cimento que caía de cima. Era um chapéu-coco, mas o apelido Cartola pegou assim mesmo. Com seus amigos do morro criou o Bloco dos Arengueiros, cujo núcleo em 1928 fundou a Estação Primeira de Mangueira, a verde-rosa, nome e cores escolhidos por Cartola, que compôs também o primeiro samba, "Chega de Demanda". Seus sambas se popularizaram nos anos 30 em vozes ilustres como Francisco Alves, Mário Reis, Silvio Caldas e Carmen Miranda. Mas no início dos anos 40, Cartola desaparece do cenário. Pouco se sabe sobre essa época além de que brigou com os amigos da Mangueira e que ficou mal depois da morte de Deolinda, a mulher com quem vivia. Especulou-se até que houvesse morrido. Cartola só foi reencontrado em 1956 pelo jornalista Sérgio Porto, trabalhando como lavador de carros. Porto tratou de promover a volta de Cartola, levando-o a programas de rádio e fazendo-o compor novos sambas para serem gravados. Em 1964 Cartola e a esposa Zica abriram um bar-restaurante-casa de espetáculos na rua da Carioca, o Zicartola, que promovia shows de samba e boa comida, reunindo no mesmo lugar a juventude bronzeada da Zona Sul carioca e os sambistas do morro. O Zicartola fechou as portas algum tempo depois, e o compositor continuou com seu emprego publico e compondo seus sambas. Em 1974 gravou o primeiro de seus quatro discos solo, e sua carreira tomou impulso de novo com clássicos instantâneos como "As Rosas Não Falam", "O Mundo É um Moinho", "Acontece", "O Sol Nascerá" (com Elton Medeiros), "Quem Me Vê Sorrindo" (com Carlos Cachaça), "Cordas de Aço" e "Alegria". Ainda nos anos 70 mudou-se da Mangueira para uma casa em Jacarepaguá, onde morou até a morte.