sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Samba de Buarque

A cantora Cristina Buarque é a atração de hoje do Projeto Policarpo Convida
Na companhia do grupo Policarpo e A Estrela de Madureira, mais um sambista “de responsa” vem dividir sua experiência com os amantes do ritmo. Trocando o Buoni Amici´s pelo anexo do restaurante Docentes e Decentes, na Varjota, o projeto que já trouxe Pedro Miranda, Eduardo Gallotti e Moyseis Marques apresenta Cristina Buarque, nome respeitado no Rio de Janeiro em matéria de samba.

Sambista mesmo, não uma dessas cantoras que aparecem do nada cantando samba, a carioca faz um trabalho ainda menos difundido que os dos irmãos Chico Buarque e Miúcha, mas de grande relevância para a música brasileira. Em sua primeira apresentação na cidade em 40 anos de carreira, ela será acompanhada por Felipe Araújo (voz e percussão), Bruno Goyanna (cavaco), Zé Renato (violão 7 cordas), Angelo (pandeiro), Marinaldo (bandolim) e Thales Catunda (surdo), além do violonista Alfredo Pessoa, do grupo Academia, e do percussionista Ecinho Ponce, do grupo Samba de Mesa, que se somam à galera do Policarpo.

De seu repertório, clássicos como “Quantas Lágrimas” (Manacéa), “Portela na Avenida” (Mauro Duarte/Paulo César Pinheiro) e “A Alegria Continua” (Mauro Duarte/Noca da Portela), todos registrados ao lado de Mauro Duarte em um disco de 1985, entre composições constantes dos álbuns “O samba informal de Mauro Duarte”, dedicado a Mauro junto ao grupo Samba de Fato, e “Cristina Duarte e Terreiro Grande”, em torno de uma parceria com o grupo paulistano Terreiro Grande.
A portelense filha de Sérgio Buarque de Holanda e Maria Amélia estreou em disco em 1974. “Cristina” trazia seu primeiro registro para o “Quantas Lágrimas” de Manacéa, entre “Tatuagem” (Ruy Guerra - Chico Buarque),“Ao amanhecer” (Cartola) e outros sambas de Noel, Lupicínio, Paulinho, Vinicius, Ismael Silva e Ivone Lara. A intimidade com o samba de raiz seria registrada dois anos depois em “Prato e Faca”, com sambas de Mijinha, Paulinho, Ivone e Manacéia. Ainda sob a produção de Fernando Faro, gravou “Arrebém” com hinos dos portelenses Mijinha e Francisco Santana, além de Geraldo Pereira, Elton Medeiros e Paulinho da Viola.

Em 79, participou de “Clementina e Convidados”, cantando “Tantas você fez” (Candeia), e “Ópera do Malandro”, de Chico Buarque, na “Se eu fosse o teu patrão”. Em 81, lançou “Vejo amanhecer”, com “Triste Baía da Guanabara” (Noveli e Cacaso) e o Época de Ouro em “Cantar” (Godogredo Guedes). Também participou do “Geraldo Pereira -Evocação V”. Gravou ainda álbum ao lado de Mauro Duarte. No mesmo ano (85), gravou “Aquele bilhetinho”(Nelson Cavaquinho, Augusto Garcez e Wilson Canegal), no álbum “As flores em vida - Nelson Cavaquinho”. Com Mauro Duarte, lançou, em 87, um compacto duplo com “Resgate” (Mauro Duarte e Paulo Cesar Pinheiro) e “Deixa eu viver na orgia” (Mauro).

Participou de álbuns em homenagem a Candeia e Paulo da Portela, do álbum do bloco Simpatia é Quase Amor e, em 90, lançou no mercado japonês “Resgate” (com Monarco, Manacéia, Velha Guarda da Portela, Orquestra de Cordas e Paulo Cesar Pinheiro). Em 95, estava no “Estácio & Flamengo - 100 anos de samba e amor” e lançava, com Henrique Cazes, o CD “Sem tostão... a crise não é boato”, em torno de Noel Rosa. Em 97, esteve no “Agô Pixinguinha”, produzido por Herminio Bello de Carvalho, com quem homenagearia Wilson Batista, no “Ganha-se Pouco, mas é divertido”, e participaria de “O Samba é Minha Nobreza”.

Ainda em 97, cantou com João Nogueira e Carlinhos Vergueiro no “Chico Buarque de Mangueira”. Em 98, participou das homenagens dos 20 anos de morte de Candeia e cantou com o mano Chico “Injuriado” em “As Cidades”. Em 2000, esteve no álbum “Tudo Azul”, cantando “Minha Vontade” (Chatim). Em 2001, gravou com Henrique Cazes, “Sem tostão 2... A crise continua”. E eis finalmente entre nós esta estrela da Lapa, da Portela, do Rio de Janeiro.

Show de Cristina Buarque e grupo Policarpo Quaresma & A Estrela de Madureira. Hoje, 22h, no anexo do Restaurante Docentes e Decentes (Rua Ana Bilhar, 1445, Varjota). Ingressos: R$ 25,00 (antecipado) e R$ 30,00 (na hora)
HENRIQUE NUNES
Repórter

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Cera, imagem e memória

Ao som de gravações em cera, a mostra “Fotografias de Músicos Cearenses” revive outros tempos, nos Correios. Na abertura, o grupo Vozes da Cera

A nova onda do samba carioca não é bem a praia de Miguel Ângelo de Azevedo, há 50 anos um mantenedor da tradição musical brasileira registrada - desde 1902 até algo em torno de 1960- nos famosos discos de cera. Sua discoteca, situada em sua casa, no bairro Rodolfo Teófilo, reúne 22 mil destes artefatos da indústria fonográfica, o que fez o pesquisador cearense ganhar fama nacional, a ponto de ter um projeto de digitalização do acervo bancado pela Petrobras. Ao celebrar meio século de respeito a memória musical cearense e brasileira, Nirez busca dar mais visibilidade a seu acervo, como comprova a exposição “Fotografias de Músicos Cearenses”, aberta hoje, às 17h, nos Correios, com composições menos conhecidas do período, interpretadas pelo grupo Vozes da Cera. Na mostra, plotagens (fotos ampliadas) de quase 80 ícones, nomes como Humberto Teixeira e Trio Nagô.

Entre 10 e 14 de novembro, os 50 anos do Arquivo Nirez foram tema de um seminário que o reuniu a outros pesquisadores musicais importantes, como o cearense Christiano Câmara e o carioca Humberto Franceschi. “Não foi melhor porque eu estava gripado. Além do Franceschi e do Cristiano, falando, respectivamente, sobre as primeiras gravações mecânicas e o cinema, teve o Marcelo Bonavides, que fez um trabalho sobre as cantoras antigas, do início do século XX, e ainda a Elba Braga Ramalho, sobre aspectos fonográficos de Luiz Gonzaga, também comentado pelo pesquisador Paulo Vanderley”, lembra. “Pretendo aproximar cada vez mais o Arquivo da sociedade”. Tanto que, afinal, começam a surgir iniciativas ligadas a este seu patrimônio particular, caso do grupo Vozes da Ceara, criado por uma das responsáveis pela digitalização do acervo, a musicista Mireyka Falcão.

Mais informações:
Abertura da exposição ´Fotografias de Músicos Cearenses´ Hoje, 17h, no Espaço Cultural Correios (Rua Senador Alencar, nº 38, Centro, Fortaleza). Visitação até 17 de janeiro. De segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e aos sábados, das 8h às 12h.Contato: 3255-7142. O Arquivo Nirez fica na Rua Professor João Bosco, 560, Rodolfo Teófilo (Próximo às avenidas José Bastos e Jovita Feitosa). Visitações podem ser marcadas pelo fone 3281-6949.

HENRIQUE NUNES
Repórter

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Novo 'Lay out' do Bar Zé Bezerra!

O Bar está com nova cara! De pintura nova e caricaturas super bem feitas de sambistas famosos e dos que tocam no Bar do Zé Bezerra! Silva, Neto , Carlão, Chico, Carioca, Coleguinha, Nelson, Vicente...! Confira nas fotos abaixo!