terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O Festival Jazz & Blues Guaramiranga chega à 10a. edição

O Festival Jazz & Blues Guaramiranga chega à 10a. edição com uma lista de grandes nomes. Entre as atrações, Toots Thielemans, Dominguinhos e César Camargo Mariano

Dez anos blues. Quando fevereiro chegar trará consigo o décimo carnaval com uma opção de trilha sonora diferenciada, para quem sobe ao Maciço de Baturité. O Festival Jazz & Blues Guaramiranga celebra seu aniversário driblando as dificuldades que marcaram os bastidores das edições mais recentes e oferecendo uma programação à altura da efeméride.

O evento, que atraiu projeção nacional ao se firmar como uma das principais referências no crescente calendário de festivais do tipo, também desempenhou um papel importante no fomento à atual cena instrumental cearense. E, ao menos a julgar pelas atrações musicais, contará com motivos suficientes para atrair, de 21 a 24 de fevereiro, tanto quem ainda não conferiu o festival quanto quem já se acostumou ao carnaval na serra.

Afinal, a programação confirma a vocação do evento para a diversidade - em um ecletismo saudado por muitos, mas também recorrentemente visto com ressalvas por quem preferiria um Festival Jazz & Blues menos ´free´ e mais ´strictu sensu´. Seja como for, fica clara a intenção de marcar esse primeiro decênio com uma grande edição do festival - comparável aos melhores anos do evento. Como, por exemplo, 2005, quando o público pôde assistir, entre outros, a nomes como Pedro Aznar, Hélio Delmiro, Stanley Jordan, Jorge Hélder e Naná Vasconcelos.

Pra começar, o encontro, enfim concretizado, com o gaitista belga Toots Thielemans, cujo nome esteve rondando a programação em diversas edições. Festa para os fãs do instrumento, aos quais o festival sempre contemplou, com harmonicistas como Gabriel Grossi, Sérgio Duarte, Jefferson Gonçalves e J. J. Milteau. E para os quais também traz, este ano, o som do gaitista brasiliense Pablo Fagundes.

Outro ´acerto de contas´ do festival é com um músico aclamado tanto pelo público quanto pelos mais virtuosos: o pernambucano Dominguinhos. Acordeonista e compositor que chegou a ser anunciado como atração principal do evento em 2007, mas acabou tendo sua participação adiada, devido a cuidados médicos. Dois anos depois, o sorriso e o talento de Dominguinhos, presença freqüente em Fortaleza nos últimos anos, se encontrarão com a platéia do festival na serra. Oportunidade também para o mais legítimo discípulo de seu Luiz mostrar um outro lado de sua musicalidade.

E o mesmo evento que já trouxe ao Ceará artistas como Gilson Peranzzeta e Heraldo do Monte, que se destacam como instrumentistas e arranjadores, desta vez fará as honras da casa para o mestre César Camargo Mariano, radicado nos Estados Unidos, mas de tantos serviços prestados à música brasileira. Também na perspectiva dessa contribuição instrumental à música popular pode ser vista a presença do veterano guitarrista Lanny Gordin, um dos responsáveis pela sonoridade consagrada à época da Tropicália. Superando contingências difíceis, Lanny retornou à cena nos últimos anos, realizando shows e atraindo boa repercussão para suas releituras de clássicos tropicalistas, ao som cortante de sua guitarra.