segunda-feira, 21 de abril de 2008

Tradição No Parque

"Muita gente compara aqui com a Mocinha!", avisa Célia, filha do saudoso Zé Bezerra, que dá nome ao estabelecimento desde os idos da década de 40. E parece mesmo. Um misto de Arlindo e Mocinha, o Bar Zé Bezerra "100% Samba" - antes funcionando só como mercearia - prima pela tradição, que hoje já encontra-se em sua terceira geração. "Isso aqui era do meu avô, a nossa casa é do lado. Então hoje a gente tá levando pra frente o que ele construiu", afirma o neto Marcos Paulo, que faz as vezes de garçom com outros funcionários. Na parede azul, dividindo as atenções com fotos de assíduos freqüentadores/músicos e uma fileira inteira de Ypióca e Sapupara, um espaço reservado para a saudade. Ainda recente, em meio aos santos de devoção. "Minha irmã, Regina, era quem cuidava do bar. É que hoje (29 de outubro) tá fazendo dois meses que ela morreu...", disse com os olhos marejados. "Mas é isso mesmo. Vamo continuar!". No alpendre do Bar Zé Bezerra, pessoas aglomeram-se naquela rua do Parque Araxá sempre aos domingos, de 17h às 20h, "às vezes se estendendo mais um pouco". Reunindo em torno de dez músicos, em sua maioria veteranos, o "cabeça" da turma é o cantor e cavaquinista Carlos Alberto, 54, mais conhecido por Carlão. Ele, mais do que ninguém, reafirma a autenticidade do samba feito no bar. "Aqui vem todo mundo e é na base da livre e espontânea vontade, entendeu? Você não vê um momento de confusão e a nossa base é o chorinho e o samba. Não aceitamos pagode, aquelas danças, aquela coisa, tal... Já sobre Zé Bezerra... "ele era um típico senhor do interior, mas tinha momentos hilários. Era como o seu Lunga, tinha resposta pra tudo!". (Matéria do Jornal O Povo)

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